
Com o colapso da civilização após a disseminação da infecção causada pelo fungo Cordyceps, diversas facções emergiram nos Estados Unidos, cada uma com seu próprio código e objetivos. Uma das mais influentes na cidade de Seattle é a WLF, ou Washington Liberation Front, também conhecida como Os Lobos.
Origem da WLF: resistência contra a tirania da FEDRA
Após o surto global do Cordyceps, Seattle tornou-se uma das muitas Zonas de Quarentena sob controle da FEDRA (Federal Disaster Response Agency) e das forças armadas dos Estados Unidos. No entanto, essa ocupação logo se tornou um pesadelo para os civis, marcando uma era de fome, escassez e execuções arbitrárias conduzidas pelos militares.
Como reação direta ao regime opressor da FEDRA, surgiu a WLF, fundada por Emma e Jason Patterson. A missão inicial do grupo era clara: defender os direitos dos civis e lutar contra a brutalidade militar, buscando melhores condições de vida para a população. Em pouco tempo, a WLF deixou de ser um pequeno grupo de rebeldes e tornou-se um verdadeiro movimento de resistência, capaz de roubar suprimentos e desestabilizar a autoridade da FEDRA.
Ascensão de Isaac Dixon e consolidação da WLF
Com a execução de seus fundadores pelas forças da FEDRA, a liderança da WLF passou para Isaac Dixon, um estrategista implacável que conseguiu unir os remanescentes do grupo e expandir sua influência. Sob seu comando, a WLF alcançou vitórias decisivas e até mesmo soldados da própria FEDRA desertaram para se juntar à causa dos Lobos.
Com o enfraquecimento das forças militares oficiais, a FEDRA acabou abandonando Seattle. Contudo, a WLF não aceitou uma simples retirada. Em um movimento brutal, a organização aniquilou os soldados restantes e assumiu completamente o controle da cidade, estabelecendo um novo regime.
Do idealismo à tirania: o novo regime dos Lobos
Apesar de sua origem como uma força libertadora, a WLF rapidamente transformou-se em um regime autoritário. Os civis foram obrigados a jurar lealdade ao grupo, e quem se recusava enfrentava punições severas, incluindo prisão, exílio ou até execução. A liderança de Isaac consolidou um governo tão rígido quanto o da FEDRA, criando um ciclo de opressão com nova face.
Na década de 2030, a WLF transformou o Soundview Stadium em seu quartel-general e principal zona de segurança. Com painéis solares, turbinas eólicas e infraestrutura agrícola, o local tornou-se autossuficiente, abrigando centros de treinamento militar, escolas, bibliotecas, hospitais e plantações. A vida dentro do estádio oferecia segurança, alimentação e cuidados médicos, mas à custa da liberdade individual e da exclusão de qualquer um que estivesse fora do controle da milícia.
O conflito entre WLF e Serafitas: guerra religiosa e ideológica
A estabilidade da WLF foi abalada por um conflito violento com os Serafitas, também chamados de Cicatrizes. Considerados pela WLF como um culto religioso extremista, os Serafitas viviam à parte da sociedade e seguiam ensinamentos de uma figura conhecida apenas como O Profeta.
O estopim da guerra foi a explosão de um comboio de suprimentos da WLF pelos Serafitas, que resultou na morte de diversos soldados. Após esse ataque, o Profeta foi capturado pela WLF, mas mesmo preso, começou a pregar seus ideais aos soldados inimigos, influenciando muitos a questionar suas ações.
Ao perceber a crescente deserção dentro de seu exército, Isaac ordenou a execução do Profeta, tentando conter o avanço da ideologia rival. No entanto, isso apenas fortaleceu o culto dos Serafitas, que passaram a ver seu líder como um mártir. A partir daí, a guerra entre as facções escalou ainda mais, com ambos os lados cometendo atrocidades.
A chegada de Abby e o reforço da WLF

Em 2034, após a queda dos Vagalumes, outro grupo importante da franquia, Abby Anderson e seus companheiros Manny Alvarez, Owen Moore, Nora Harris e Mel chegam a Seattle. Com o conflito contra os Serafitas em seu auge, a WLF recruta os recém-chegados e os treina intensivamente.
Todos demonstram habilidades notáveis no campo de batalha, mas Abby e Manny se destacam como os soldados mais letais da milícia. Sua atuação fortalece ainda mais a presença militar da WLF, ajudando a equilibrar a balança contra os Serafitas.
A dualidade moral da WLF em The Last of Us Part II
A narrativa construída pela WLF em The Last of Us Part II é um exemplo marcante de como movimentos libertários podem se transformar em novos regimes opressores. O grupo que começou como um símbolo de resistência e justiça acabou adotando práticas autoritárias semelhantes — ou até mais cruéis — do que aquelas contra as quais inicialmente lutavam.
Essa complexidade é um dos pontos fortes do jogo, pois obriga o jogador a refletir sobre moralidade, lealdade e o preço da sobrevivência em um mundo devastado. A WLF não é apenas uma facção inimiga: é uma representação das contradições humanas quando confrontadas com o poder absoluto.
Considerações finais
A WLF, ou Washington Liberation Front, é uma das facções mais poderosas e controversas do universo de The Last of Us. Com uma origem marcada pela esperança e uma trajetória envolta em brutalidade, os Lobos mostram como, mesmo em meio ao caos, o poder pode corromper até os ideais mais nobres.
Se você é fã do universo pós-apocalíptico da Naughty Dog, entender a trajetória da WLF é essencial para mergulhar mais profundamente nos conflitos morais e emocionais que tornam The Last of Us Part II uma das experiências narrativas mais impactantes dos games modernos.